terça-feira, 1 de maio de 2012

    Caros amigos e leitores,
quero, primeiro, agradecer a todos os que leram e comentaram o blogue. Excederam as minhas expectativas iniciais ultrapassando os 700 views, por exemplo. Graças ao Erasmus imagino, posso dizer que somos lidos em vários continentes com clara satisfação.
      Em segundo lugar notar o facto de estarmos "parados" desde Fevereiro. A criação de uma dinâmica de grupo, como a pretendida, é sempre difícil e eu particularmente, tenho encontrado pouco espaço para o desenvolvimento deste projeto que me é muito querido igualmente como as pessoas que convidei para fazerem parte dele. Espero e acredito que se possa fazer ainda uma coisa bastante engraçada e que iniciemos um novo ciclo. Bem sei que a continuidade de um blogue e a participação de todos só é possível se existir um "flow" coerente e sólido de informação e opinião criativa. É a este objectivo que me proponho novamente, tentar renovar o interesse de todos os colaboradores e amigos neste projeto que é de todos para todos.

Partilho com vocês então, dois poemas (minúsculos) que escrevi já há algum tempo, um sem circunstância e outro que escrevi enquanto via uma exposição de ilustração infantil no museu da eletricidade à coisa de 1 mês. Espero que gostem.

Um grande abraço a todos

(Sem título)                                                                    Ilustração

A poesia é um vazio                                                      E assim vi
Que nem as palavras conseguem preencher.                  A minha vida ilustrada
É escuridão no vácuo,                                                   No teu pequeno caderno.
Ausência de rima, de sentido                                         Fantasiei sobre o mundo
Sem direção...                                                              Sobre a cor, a luz, o azul.
É calma, lisa, recta
É saudade da prosa.                                                     No cabide do tempo
Verso sem estrofe                                                        Pendurei o meu passado.
E estrofe sem verso.                                                     Ilustrei o futuro...
                                                                                    Sonhei no papel.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Notícias Populares

    O Mestrado tem-me retirado tempo para outras coisas da vida, sobretudo no que à leitura e análise de notícias diz respeito. Algo também impulsionado pela visão mais académica e menos prática deste programa quando comparado com a licenciatura.
Nestes últimos tempos tenho tentado recuperar este gap, e qual não é o meu espanto quando ao abrir o “Diário Económico” e vejo escarrapachada a mesma notícia que tive oportunidade de ler, aquando da minha estadia no Canadá... Em 2010! "Mercados temem que Portugal siga guião grego", sendo que o “Financial Times” segue a mesma linha de pensamento.
Quase que podia dizer: “Parece que os jornalistas desistiram de escrever coisas novas à espera que eu voltasse a abrir o jornal”. Deixei de estar bastante informado há alguns meses, mas nunca totalmente desprovido de informação, e é portanto de admirar que hoje se escreva exactamente o mesmo que há mais de um ano atrás, mesmo que com números diferentes.
Agora a dívida pública já vai nos 105%, as taxas de juro a 10 anos já vão no 17%, a contracção da economia foi de 2% e espera-se que chegue aos 3% no final do ano, e tudo isto com tendência a subir de tom. Ah claro, e não nos podemos esquecer que agora somos LIXO (não sei porque se continua a por aspas, se na verdade é isto que se quer dizer).
Cheguei há poucos dias de uma incrível viagem a NY, como não podia deixar de ser, mas fait-divers à parte tive oportunidade de discutir alguns temas interessantes com diversas personalidades do mundo da banca de investimento (tão apreciado pelos meus amigos de finanças e numa pequena particularidade, agora também por mim). Numa dessas conversas "informais", tive oportunidade de ouvir da boca de Luis, Cheaf Economist do Economic Department Research da JPMorgan, uma descrição algo intuitiva do que têm sido as agências de rating nos últimos anos, às quais tomei a liberdade de adicionar algumas observações da minha autoria.
Dizia ele que estas agências andaram sempre atrasadas em relação à informação fornecida pelo mercado, não confundir com Mercados (a letra maiúscula e o plural são mais assustadores, apesar de ainda não ter percebido de onde vêm e o que são), na medida em que as suas avaliações eram feitas apenas depois de os factos se consumarem, e geralmente com um bom lag. Ora isso levou os investidores a indexar os seus investimentos a estes ratings, ninguém queria estar mais atrasado que uma agência como a Moody's. Entretanto deu-se a crise do sub-prime, muito por culpa deste atraso na correcta avaliação dos possíveis investimentos, dando azo, por exemplo, à existência dos tão aclamados activos "tóxicos".
Resultado esperado: descredibilização das agências de rating
Resultado efectivo: mudança no timing da avaliação feita aos activos em questão, incluindo títulos de tesouro.
Ou seja, ao invés de já ninguém acreditar nelas, passou tudo a acreditar piamente nas mesmas, mas pior, as agências não queriam cair no mesmo erro do passado, e agora em vez de andarem atrás do tempo tentam andar à frente. As avaliações dos activos têm em perspectiva o futuro, e aquilo que estes irão valer. Esqueceram-se (ou não) é que com a indexação dos investimentos aos seus ratings, as suas previsões se tornam efectivamente realidade. Citando Paul Samuelson: "If people believe in your economic theory, this same theory will indeed be verified. No need to verify it algebraically!"
O mesmo se passa/passou, com as agências de rating. Ainda assim tenho dificuldade em compreender como é que duas situações teoricamente tão pouco semelhantes, Portugal e Grécia, podem ser virtualmente idênticas para os tais Mercados. Segundo o BNP Paribas: “Apesar de Portugal ter menos dívida pública, um défice menor, maior credibilidade e consenso político, a recessão pode tornar o país na próxima Grécia.”… Como? Não devo ter percebido bem, basicamente todos os indicadores são menos maus, e muito provavelmente o nível de recessão é também mais baixo que o grego, mas a probabilidade de default acabará inevitavelmente por ser a mesma. Sou só eu que acho estranho? Mas afinal o que são os Mercados? Que critérios de avaliação são estes? Baseiam-se no “acho”? Alguém?
Ainda outro dia, numa pequena conversa acabei por afirmar que ler o jornal como exercício diário, especialmente os económicos, não era uma tarefa tão complicada como aparentava ser, sobretudo porque não há notícias bombásticas todos os dias, e porque se se acompanhar de perto o desenrolar dos acontecimentos não é difícil perceber o que vai acontecer amanhã. O que não estava à espera era de ver os mesmos erros repetidos vezes sem conta, no passado isto originou a situação em que vivemos hoje, e agora terá o efeito de agravar a nossa actual situação. Lembro-me que o “Financial Times” levou cerca de 3 meses até publicar uma notícia que dizia que Portugal não era a Grécia, o que já veio tarde porque o pior já tinha tomado lugar, além disso não passou dum quadradinho no canto desse imenso jornal. Agora repetem a mesma brincadeira, e parece que ninguém quer saber.
Portugal continua a ser a Grécia sem o ser e isso no mínimo… chateia-me!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um Santo Natal

   Não há dúvida. Futre, Paulo é um homem de bem. Criatura simpática. Este Natal para além de votos de boas festas o nosso amigo oferece-nos saúde e "estética". Entre correr para os braços do menino Paulo ou lançar-me nas ruas de Lisboa à procura da magnífica máquina escolhi a 2ª. Lista de prendas transformada em vibroplates, meias, perfumes e um ou dois livros, no caso de sobrar orçamento.
    Choque! Não podia acreditar. O brinquedo custa aproximadamente 600 euros. Não! O Paulinho não me faria uma coisa destas, pensei.
    Com mais calma, depois de um copo de água com açúcar, lembrei-me da metáfora que todo este episódio poderia representar para o nosso país. Beleza sem cuidado, força Herculeana sem qualquer trabalho, saúde sem exercício. Quietos, aguardamos o elixir da beleza dispostos a pagar o preço. Se não puder pagar a pronto, paga a crédito, em suaves prestações mensais, olhe que nem vai doer nada.
    Pois bem, meus amigos, para mim isto não serve, principalmente acho que não serve o nosso país. Desenganemo-nos dos milagres de Futre e outros. O país só vai entrar em forma com esforço, muito esforço e disciplina. Corramos juntos para nos irmos motivando, mas ao sol, lá fora. Vai custar, vai demorar, muitos gozarão em cima das suas Vibroplates mas acredito que a recompensa será nossa. Porque a aprendizagem durante este processo será o fundamental, o que nos pode levar a crescer enquanto país, na minha opinião.
   Acabaremos mais atléticos, mais robustos, mais fortes se o quisermos. Esta é a minha mensagem de esperança para o país. Desculpa Paulinho, mas não obrigado!

Se precisarem de se relembrar do que falo: http://www.youtube.com/watch?v=33ob3r_MlJY

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Welcome

Bem vindos, meus amigos.

Qual é a minha ideia?

      O que vos proponho é que nos juntemos para fazer algo diferente. Não é um projecto, é mais simples. A ideia é que conversemos. Como diz um dos meus cronistas favoritos: " Porque as verdadeiras conversas não obedecem a nada, excepto à vontade- de quem as faz e de quem as ouve. Demos graças a Deus pela maravilhosa utilidade das coisas verdadeiramente inúteis. Como a conversa. Ela é a artéria principal por onde corre a amizade." A ideia é criarmos juntos um espaço de discussão novo, fervoroso, inteligente onde a amizade seja o ponto de encontro. Partilhar uma crónica pessoal de um livro que tenhamos lido, um artigo de opinião nosso que satirize o estado do país, um excerto de uma prosa, uma estrofe de um poema, a discrição de uma exposição que tenhamos visto, um filme, etc. É uma apelo também à nossa criatividade. Embora não sendo prosaico nem um exercício de erudição. O que   acham?
     À semelhança dos "vencidos da vida" seríamos os senhores do novo século, o nosso século. Com a esperança e força de quem ainda não foi vencido. Acho que conseguimos fazer uma coisa gira. Eu acredito que a dimensão e crescimento de um país só é possível através da educação do seu povo, por último, através da cultura. Este seria um blogue que partilharíamos entre todos e com todos.
     Acredito que esta experiência traga uma nova dimensão à vida de cada um- a da discussão e gosto pela cultura e principalmente o prazer de uma boa conversa. Para que isto se possa fazer nada como um boa tertúlia com amigos regada a bom vinho, whisky ou cerveja. Uma boa cachimbada ou cigarrilha sempre bem vinda. Faríamos uma por mês (minha sugestão) num café, por definir. Como convidei cerca de 7 amigos teríamos um artigo por dia, ou seja, um por semana de cada um. Que me dizem? O que acham? Quando acham que poderíamos começar? Que me dizem a uma primeira reunião/café com todos?
   Caros, dêem sugestões, pensem na minha proposta, a não ser que a achem, como direi, ... uma merda, o que é possível. Em baixo deixo a lista dos meus convidados, na qual comprovarão que embora uniforme, poderão surgir pancadarias violentas, espero. Depois ajustes e outros convites poderão ser feitos, dêem sugestões.
   
   Grande abraço a todos,
   Gonçalo


   Francisco Sousa : irmão, que posso eu fazer? Até que é semi-inteligente.
   Francisco Carvalho Araújo : rapaz que faz umas coisas engraçadas. professor catedrático.
   Francisco Cluny : 2 franciscos ficava mal. Contributo para o estilo do grupo.
   João Reis : possuidor de enorme sabedoria. Pelo menos barba tem.
   João Vala : O que dizer? Cultura é João Vala. ( Benfica e pouco mais, mas chega)
   Martim Costa : Um verdadeiro "connoisseur" de literatura e bom vinho.
   Simão Arouca : "Last but not least" a jovem promessa (FM diria miúdo maravilha) para a nossa economia.